Preço dos imóveis deve aumentar até o fim do ano com a alta nos custos de construção
O mercado imobiliário brasileiro enfrenta desafios importantes em 2024, e o cenário até o final do ano indica um aumento nos preços dos imóveis. A combinação de alta nos custos de construção, inflação e aumento nas taxas de juros está tornando a compra da casa própria cada vez mais cara. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a previsão é de que o preço médio dos imóveis suba cerca de 3,5% este ano, uma alta impulsionada principalmente pelo aumento dos custos de materiais e mão de obra, fatores que pressionam o setor a repassar esses custos ao consumidor.
A pressão sobre o preço dos imóveis é resultado de diversos fatores, como o encarecimento do crédito e a alta dos juros para o financiamento imobiliário, afetando diretamente o orçamento de quem planeja adquirir uma propriedade. Renato Correia, presidente da CBIC, explica que os custos de materiais e serviços subiram de forma acelerada, impactando toda a cadeia de construção. Embora o ritmo de aumento não seja comparável ao dos anos de pandemia, a recente elevação nos custos preocupa o setor, uma vez que a mão de obra qualificada está escassa, o que eleva os salários e, consequentemente, a inflação da construção.
Para ilustrar esse impacto, enquanto a inflação oficial (IPCA) nos últimos 12 meses foi de 4,42%, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 5,48%, com o componente de mão de obra avançando 7,73%. De janeiro de 2020 até setembro de 2024, o INCC acumulou uma alta de 46,93%, evidenciando o quanto os custos de construção têm superado a média nacional de inflação. Empresas que atuam na construção civil ainda enfrentam o desafio de recompor as margens afetadas pela alta de custos registrada na pandemia. Para minimizar perdas, muitas incorporadoras estão ajustando o preço das unidades ainda não vendidas, variando o aumento de acordo com o estoque disponível e a demanda de cada região. Já os imóveis de programas subsidiados, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), são mais vulneráveis a essa escalada de preços, pois suas margens são limitadas e a capacidade de repasse de custos é reduzida.
A expectativa de novos aumentos na taxa Selic (juros básicos) pelo Banco Central pressiona as taxas de financiamento imobiliário. A Caixa Econômica Federal, responsável por grande parte dos financiamentos do país, anunciou medidas mais restritivas para quem busca financiamento com entrada de valor mais elevado, visando equilibrar sua oferta de crédito. Além disso, os principais bancos do país, como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, indicaram que as taxas podem continuar subindo devido ao cenário macroeconômico desfavorável, o que dificulta ainda mais o acesso ao crédito imobiliário.
Apesar dos obstáculos, o setor de construção ainda projeta crescimento, estimado pela CBIC em 3,5% para 2024, superando expectativas anteriores. Entretanto, a pressão por novos aumentos nos custos e o acesso mais restrito ao crédito podem fazer com que o desempenho da construção seja menor do que o esperado no último trimestre de 2024 e início de 2025. O mercado imobiliário enfrenta uma “tempestade perfeita”, e, para quem pretende comprar um imóvel, seja de médio ou alto padrão, a recomendação é planejar com atenção. Avaliar as condições de financiamento, manter-se atualizado sobre as taxas de juros e considerar os custos embutidos no preço final do imóvel são passos essenciais neste cenário de alta de preços e crédito mais restrito.
Fonte: PublicidadeImobiliaria
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